Homem contou ter ido à sede do Legislativo de Praia Grande (SP) para finalizar a venda de um veículo a um parlamentar e, enquanto cumprimentava o presidente da casa, disse ter sido agredido. O vereador foi procurado e não se manifestou, assim como a Câmara.
Um homem, de 43 anos, acusa o vereador Marco Antonio de Sousa (PSDB) de ameaças e agressões em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Wagner Robinson Cruz Nappo contou ao g1, nesta sexta-feira (1), que o parlamentar desferiu três tapas em seu rosto dentro da Câmara Municipal.
De acordo com o morador, ele trabalha como consultor e tinha ido até a Câmara para fazer o contrato da venda de um carro a um dos vereadores na quarta-feira (28). No entanto, Wagner foi surpreendido enquanto cumprimentava as pessoas que estavam no primeiro andar.
“Quando eu fui cumprimentar o presidente da casa, ele veio para cima de mim falando em tons altos de ameaça, onde ele veio a desferir três tapas na minha cara, me empurrando e vindo para cima de mim”, relembrou.
Segundo relato da vítima, o vereador lhe chamou de “moleque”, além de fazer ameaças. “Quando eu te trombar na madrugada, você vai ver quem é Marco Antonio porque eu vou te quebrar inteiro”, teria dito o parlamentar.
As agressões verbais e físicas só chegaram ao fim quando o assessor de Marco empurrou o consultor e o pediu para ele sair do local. Segundo Wagner, a confusão aconteceu porque ele compartilhou nas redes sociais uma notícia sobre uma denúncia envolvendo a esposa do vereador.
Medidas legais
No mesmo dia das agressões, o consultor registrou um boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal no 2º Distrito Policial de Praia Grande. No local, foi expedida guia para realização de corpo de delito. A vítima fez o exame, mas ainda não recebeu o resultado.
Ao g1, os advogados do consultor, Thyago Garcia e Matheus Tamada, informaram que o episódio é “inaceitável em uma sociedade democrática e de direito”. Ainda segundo os defensores, todas as medidas legais cabíveis serão tomadas para garantir a responsabilização do agressor e a proteção da vítima.
Segundo a defesa, houve representação criminal e os advogados ainda solicitaram as imagens das câmeras de monitoramento da Câmara Municipal, que teriam desaparecido.
“Diante dessa situação extremamente preocupante [desaparecimento das imagens], lutar-se-á incansavelmente para garantir a preservação dos elementos probatórios essenciais para o esclarecimento dos fatos. No âmbito do inquérito policial instaurado, exigir-se-á que os equipamentos de monitoramento da Câmara Municipal sejam periciados a fim de constatar se, de fato, houve o apagamento das imagens e, caso positivo, identificar quem foi o responsável por tal ato”, disseram os advogados, em nota.
Indenização
Garcia e Tamada ainda informaram, por meio de nota, que irão solicitar uma ação indenizatória por danos morais ao presidente da Câmara Municipal. “Em razão do dissabor [sentimento de infelicidade] causado pelas ameaças e agressões sofridas pelo senhor Nappo”.
Também segundo a defesa de Wagner, ele está “plenamente disposto a colaborar com as investigações”.
Polícia Civil
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) disse que o caso foi registrado como ameaça e lesão corporal no 2° DP de Praia Grande. “Na ocasião, a vítima, um homem de 43 anos, relatou que na quarta-feira (28) foi até a Câmara Municipal da cidade para falar sobre a venda de um veículo e, no local, foi ameaçado e agredido. Ele manifestou o interesse de representar criminalmente contra o autor. Diligências prosseguem para esclarecer os fatos”.
Vereador
Procurada pelo g1, o vereador Marco Antonio de Sousa não se manifestou até a publicação desta matéria. A Câmara de Praia Grande também não retornou.
Fonte: G1