A presença de Saruês está cada vez mais notória na região da Baixada Santista, fato que pode se entrar na lista de preocupações da população local. No entanto, José Truda Palazzo Jr, membro atuante do Instituto Brasileiro de Conservação da Natureza (IBRACON), afirma que a interação entre os seres humanos e a espécie não pode ser vista como algo negativo.
“Quando falamos em “infestação”, o termo remete, por um lago, a um desequilíbrio, e por outro a algo ruim. Os saruês não “infestam” as nossas cidades; eles simplesmente são animais que, ao contrário de muitas outras espécies silvestres, aprenderam a conviver em espaços construídos, habitando muitas vezes em forros de telhados e outros espaços das construções”, explica.
Além disso, o especialista deixou claro que a espécie não transmite nenhum tipo de doença, mas é na verdade uma aliada nessa questão. Por conta de sua dieta que conta com escorpiões-amarelos,carrapatos, baratas e camundongos, além de serpentes venenosas nas áreas rurais, o animal impede que os seres humanos tenham contato direito com as enfermidades e mazelas transmitidas por eles.
O alto fluxo de reprodução dos saruês é equilibrado pela vida curta na fase adulta. A média de vida de uma espécime é de apenas dois anos. “ Vivem pouco tempo, cerca de um ano e meio a dois anos em vida livre, mas produzem grande quantidade de filhotes, que passam várias semanas crescendo na “bolsa” da mãe antes de poderem viver sozinhos. São animais de hábitos noturnos e geralmente solitários, que só se juntam para acasalar ou em locais com alimentação abundante”, conclui.