Chegada de unidade flutuante de regaseificação (navio-tanque) no Porto era necessária para a atividade começar
O primeiro passo para o início das operações de um terminal de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (ONL) no Porto de Santos, após a liberação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi dado na quinta-feira (29) pela manha, com a chegada do navio-tanque Hoegh Giant, com bandeira de Singapura, que veio de Trinidad e Tobago, país que fica na América Central.
O STJ foi contra pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) para a anulação dos licenciamentos e autorizações emitidos pelo órgãos fiscalizadores ao empreendimento. O MPSP alega possíveis danos ambientais e riscos à população vizinha ao empreendimento em caso de acidentes. Os promotores classificaram a operação como “navio-bomba”, o que causou polémica na Baixada Santista nos últimos dias.
Do tipo Floating Storage Regasification Unit (FSRU na sigla em inglês), uma unidade flutuante de regaseificação de armazenamento, o navio-tanque tem comprimento total de 294 metros e sua largura é de 46,04 metros. A área de operação fica próximo à Alemoa, fora do chamado Porto Organizado. O Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP) será operado pela empresa Compass/Cosan. Procurada pela Reportagem, a empresa não se pronunciou até o fechamento desta edição.
De acordo com o site da companhia, a capacidade de licenciada do terminal é de 14 milhões de metros cúbicos/dia, com armazenamento de 150 mil metros cúbicos de gás.
A empresa afirmou a A Tribuna, em 2018, que o sistema de recebimento e armazenamento de GNL ficaria na altura do Largo do Canéu, próximo à Ilha dos Bagres. O gás seria conduzido por uma tubulação parcialmente submersa, com oito quilómetros de extensão até Cubatão. O investimento previsto, na época, era de R$ 354 milhões.
Segurança
A operação do terminal de regaseificação também foi motivo de análise da Marinha do Brasil que, em janeiro, emitiu uma portaria que estabelece procedimentos operacionais a serem adotados pelo TRSP.
Entre eles, estão o dimensionamento dos navios que atracarão no terminal. No caso do FSRU, é de 295 metros de comprimento, 47 metros de largura e calado de 12,5 metros. Já o transportador de gás natural liquefeito (LNGC, ou Liquified Natural Gas Carrier, na sigla em inglês) é de 300 metros de comprimento, 52 metros de largura e calado de 12,5m de calado.
Além disso, a primeira manobra de atracaçao/desatracação deve ser realizada em período diurno e, com, pelo menos, quatro rebocadores de 60 toneladas, assessoria de dois práticos e com interrupção do serviço de travessia de balsas.
Acompanhamento
Uma das responsáveis pela emissão de licenças que permitem a operação do terminal de Regaseificação no Porto de Santos, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) garante que “potenciais efeitos adversos associados à implantação e operação do empreendimento foram analisados e medidas para evitar, minimizar ou compensar os impactos negativos foram objeto de ajustes de projeto e de exigencias, com o objetivo de preservar a qualidade ambiental no estuário de Santos”.
A empresa afirma, ainda, que, durante a operação da atividade, cabe a elas averiguar se as exigencias, planos e programas ambientais postulados durante o licenciamento vem sendo atendidos.
“Taz parte do rol de exigéncias a serem cumpridas pelo operador do TRSPP: o gerenciamento de efluentes e residuos, o monitoramento da qualidade das aguas, da fauna (terrestre e aquática) e dos recursos pesqueiros, entre outros”, explica.
Ganhos e riscos
Diretora de Estudos do retróleo, Gas e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPL), ligada ao Ministério de Minas e Energia, Heloisa Borges Bastos Esteves afirma que a instação de um terminal de gás desenvolve a regiao. “Mesmo nas regiões que dispõem de oferta, o GNL fornece capacidade adicional, podendo complementar volumas. Esse aumento, alem de potencializar a geração de empregos relacionada a atividade, permite a atração de outras instalacoes, como indústrias